domingo, 15 de maio de 2011

3375Km de Perú ás fatias

Paracas - Reserva Natural

A cerca de 260km de Lima, na provincia de Pisco, a primeira paragem foi em Paracas. Este destino não estava na lista, mas depois do taxista de Lima ter falado dele, passou a integrar o roteiro já que ficava dentro do itenerário. Sem dúvida uma boa dica!! 
A reserva, para além de explendida e vasta, tem a peculiar combinação de deserto e mar que deixa qualquer adjectivo minusculo  para descrever a sua paisagem. São quilómetros e quilómetros no meio da areia, por vezes com estrada outras sem qualquer trilho, simplesmente pelo meio do deserto. Existem imensos pontos de observação obrigatória como a praia vermelha (com origem numa rocha vermelha, todo o areal é vermelho), a catedral parcialmente destruida depois de um terramoto em 2007, que abriu também uma falha ao longo do parque e a observação de leões marinhos. A observação de leões marinhos não é uma tarefa fácil, dificil de chegar. Se Pedro, um dos guardas do parque, não tivesse servido de guia até ao local, provavelmente teria de esperar por uma viagem ao Pólo Norte para os ver :)











Nazca - Linhas de Nazca

As linhas de Nazca são bem conhecidas em todo o mundo pelo seu misticismo e carácter matemático. É claro que nã podia deixar de as conhecer! Maria Reiche, uma matemática alemã dedicou a sua vida ao estudo destas linhas e é o nome dela que baptiza o aeroporto de onde parto de avião para observar as linhas. São mais de 70 figuras e 10.000 linhas espalhados pelas montanhas e planicies desertas onde há anos que não chove. Estima-se que tenham sido desenhadas cerca de 500 A.C. Por quem? Pois, há muitas versões, umas mais outras menos folclóricas. Desde um calendário astronómico gigante a uma pista de aterragem de extraterrestres, tudo é permitido. Vale a pena parar para ver este marco que faz parte do património mundial considerado pela UNESCO.
Há subidas constantes, mas tudo está muito bem organizado. Pequenas avionetas com um comandante e um co-piloto fazem o "tour" aereo em cerca de 20-30min. O controlo é como o de um grande aeroporto, com direito a verificação de passaporte, detecção de metais e sala de espera intermédia. "Há pouco tempo houve um acidente com um avião que resultou na morte de todos os tripulantes (incluindo os turistas), desde aí o controlo tem sido cada vez maior" explica um dos funcionários do aeroporto. Lá em cima a vista é gratificante embora a viagem seja desconfortável, com muitas pioretas no ar que nos fazem desejar aterrar depressa antes que tenha de usar o "saquinho"!!

Arequipa


Uma cidade com fortes traços da passagem Espanhola por este país, sendo a sua Catedral um dos exemplos mais notórios, Arequipa vive á sombra dos seus três vulcões (Pichu Pichu, Misti e Chachani), que lhe confere um forte historial de terramotos e lutas travadas com a natureza. Também ela património mundial reconhecido pela UNESCO, a cidade cruza a cultura Inca com os traços ibéricos levados pelos Espanhóis, numa conjugação labirintica de ruas e casas tipicas de uma forma singular. O centro histórico é rico em igrejas, capelas e museus ou para aqueles que preferem, um frenezim controlado de sons e cheiros que não desmarcados do tradicional Peru, dão um toque cosmopolita a uma cidade encaixada nas montanhas. Arequipa é ainda a porta para o Canyon de Colca, onde se podem comprar/iniciar excursões com guia até ao Canyon ou simplesmente obter informações. 


Cañon del Colca

Um dos mais profundos desfiladeiros do mundo! Este cañon tem cerca de 100km de comprimento e os módicos 3400m de profundidade. Para entrares na zona do cañon tens de pagar, antes mesmo de chegares a bonitas aldeias como a de Chivay. Em Chivay, como em algumas das outras aldeias, podes comer, pernoitar e até arranjar guias. Certo que poderás arranjar tudo isto na cidade de Arequipa, no entanto aqui tens a certeza de que o dinheiro que estás a gastar no vale é para as pessoas do vale. Para além de visitares o cañon onde podes com sorte, observar e fotografar o mítico Condor, podes ainda fazer várias caminhadas de curta ou longa distância, para observação de gaisers, pontos de observação assinalados, ou até mesmo descer até ao fundo do cañon, pernoitar e regressar. A juntar a todas estas actividades, existem cascatas e quedas de água que fazem delicias e que numa vertente mais radical podem ainda proporcionar-te um belo rafting no rio Colca. Com tanta actividade, nada como fonalizar o dia a descansar nas água naturaias termais de La Calera em Chivay (boas para reumatismo e artrite, dizem). Se aqui passarem, não deixem de visitar as aldeias menos turisticas, onde podem encontrar os melhores chás naturais (incuido o mate de coca), frutas e produtos horticolas.


A caminho de Colca, a paisagem deslumbrante da reserva nacional, com passagem por um dos pontos mais altos (4.910m) que é também posto de observação para os vculcões que circundam o vale. De regresso, não deixem de beber um Colca Sour ;)



Puno - Lago Titicaca

Quem vai a Puno, nem desconfia que esta cidade alberga um dos mais conhecidos revolucionários do Peru na sua prisão. O "cabecilha" do "Sendero Luminoso", aqui se encontra actualmente sobre fortes medidas de segurança. A cidade transpira frenezim e sentimos que algo de diferente existe nesta cidade. Talvez seja a elevada altitude a que se encontra (3800 m) e que impede muitos turistas de a visitarem, fazendo-os regressar no dia seguinta ou até mesmo no proprio dia, com problemas resultantes da altitude. O lago Titicaca recorta Puno com as suas água calmas, mas não muito limpidas perto da cidade. Daqui partem as escursões até ás ilhas do lago.
A famosa ilha flutuante de Uros é a mais atractiva. Apenas pode ser visitada nestas escursões e a visita é de todo focada no turista. Os habitantes de Uros, vivem em permanencia nestas ilhas que eles próprios constroem através de um junco (Totora) que é também comestivel e cresce em abundância em toto o lago. Vivem essencialmente do turismo vendendo os seus artesanatos e mantêm todas as suas tradições bem enraizadas. Uma ilha flutuante dura entre 25 a 30 anos. Quando a ilha se começa a desintegrar, os habitantes de Uros constroem uma nova ilha, com novas cabanas, mudam-se e arrastam a ilha já velha para a zona do lago onde estão as ilhas em decomposição para que também esta se possa decompor.
Para além da ilha de Uros, a ilha de Taquile é também muito conhecida pelos seus rigorosos costumes e tradições, sendo esta a ilha onde geralmente os passeios turisticos param para almoçar. Na ilha Amantani, é possivel pernoitar na casa dos seus habitantes, mas tudo isto comprado num pacote turistico em Puno (ou na Bolívia), não é permitida a entrada por conta própria.
Na outra margem do lago fica a Bolívia, que disputa a exploraçaõ do lago com os Peruanos de uma forma saudável. Aprendi que, no Perú, Titicaca = Titi-Perú Caca-Bolívia :)


La Paz - Bolívia
Ali mesmo ao lado, a Bolívia oferece outras maravilhas. Semelhante na aparência mas muito dispar na sua cultura e forma de estar na vida. A capital da bolívia, La Paz, fica a poucas horas de autocarro da fronteira com o Perú e é um espelho das diferenças culturais destes dois países visinhos. Na capital, um frenezim doido de "gente e pessoas". As ruas atoladas de comercio ambulante, carrinhas que são os autocarros urbanos de onde saem homens e mulheres que debitam o nomes das paragens numa cantilena que mal se percebe mas cuja ladainha permanece no ouvido. Casas amontoadas e poucos sitios para visitar. Mas que mais precioso haverá para visitar do que nos misturarmos no ritmo urbano e nos deixarmos ir, até nos sentirmos mais um boliviano no meio de tantos outros.

A partir de La Paz podem reservar-se grandes destinos através de uma de muitas das agências de aventura disponíveis. Ficaram marcadas, na minha lista, a estrada da morte e o deserto de sal para quando um dia regressar.




Cuzco
Aqui respira-se Peru. Cidade que borbulha de turistas de todas as "espécies", desde o turista de hotel cinco estrelas que se passeia pela linda paisagem com  um guia partiocular, até ao backpacker que faz serviço no hostel para pagar a sua própria estadia. Cuzco é o ponto de partida para Machupichu. Aqui podes reservar e planear a subida à joia da coroa do Perú. Para além de Machupichui existem inumeras ofertas, mais ou menos radicais, maios ou menos dispendiosas, conforme o espirito e a carteira de cada um. Para além da subida a Muachupichu, a visita ao vale Inca a meu ver é obrigatória. Existem várias empresas e Packs. Fi-lo por minha conta, de carro, mais barato e mais independente,  parando onde e quando se quer. As salinas de Maras são um dos auges, assim como Moray, um laboratório de culturas usado pelos Incas.
Quanto à cidade, vale a pena passar uma tarde nas ruas de Cuzco, visitar a catedral e outrso monumentos com traça espanhola, contemplar o artesanato, as comidas e os mercados, os cheiros e os sons e claro, descansar na Plaza de Armas :)


Machupichu

 Finalmente o imperial parque de Machupichu. Descoberto apenas em 1911, Machupichu esteve a salvo dos exploradores durante décadas. Quando os espanhois invadiram o Peru, os Incas barraram todas as estradas de acesso a este santuário que se chamava Wanapicho e não Machupichu. A célebre montanha dos postais (que está na foto também) é Wanapichu. Apenas as primeiras 400 pessoas a chegar de manhã têm direito (caso queiram) ao carimbo no bilhete que lhes permite acesso a esta montanha. Acesso, mas para a subirem a pé, como é obvio. 
Na estrada de pó que serpenteia a colina até á entrada apenas podem transitar os autocarros que levam os turistas desde a ultima povoação (Águas Calientes - onde podes tomar um belo banho nas piscinas naturais de água quente) e que transitam frenéticamente durante todo o dia. A alternativa é ir a pé pela dita estrada (apanhando o pó dos autocarros) ou pelo apelidado Inca-dead-trail que corta a a estrada em linha recta, ligando directamente o sopé à entrada do parque por um interminável número de degraus. A minha média? 48min e um carimbo de entrada em Wanapichu :) Fica a promessa de voltar e fazer não o Inca-dead-trail (fiquei curada!) mas sim o antigo caminho Inca que liga Cusco a Machupichu pelas deslumbrantes paisagens peruanas (5 dias).

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